Trabalhar com humor é uma experiência libertadora para Bento Ribeiro. Tanto que o apresentador do “Furo MTV” e do mais recente “Talk Show do Bento” não demonstra qualquer arrependimento em ter deixado de lado, pelo menos por um tempo, sua carreira de ator na tevê. Depois de estrear como o aventureiro Juca de “A Favorita”, o português Bento acredita que na emissora jovem conquistou um lugar de destaque, o que seria mais difícil se continuasse apostando em novelas. “Não sei que tipo de personagem as pessoas iam querer me dar. Um cara do campo? Um caubói?”, indaga. “Talvez eu ficasse pingando em milhares de papeizinhos, participações, essas coisas”, conclui.
Quais são as principais diferenças entre gravar um programa na praia ou no estúdio?
A primeira e mais óbvia é a temperatura. Mas tem também umas paradas que acontecem e fazem a gente parar de gravar, como um barulho de avião ou daqueles carros de limpeza da areia, ou mesmo um pombo que decide atrapalhar nosso trabalho. Só que o programa tem uns cortes, ele não vai ao ar na íntegra. Então, dá para lidar com os imprevistos.
A ideia é levar o “talk show” para a grade da emissora depois que o verão acabar. Já existem mudanças previstas no formato dele?
Por enquanto, não temos uma confirmação sobre o programa na grade de 2011. Como estamos com um projeto específico de verão, estamos fazendo no esquema praia. Mas, para a grade, eu queria que tivesse banda, plateia, uns dois convidados, enfim, um esquema mais próximo do David Letterman. Acho legal quando o programa inteiro não é só uma entrevista. E, aqui, sinto falta de ter um público interagindo. Assim, fico mais no “achômetro”, me guio por mim. Uma plateia poderia servir como um termômetro, me mostrando se está rolando, se eles estão curtindo.
Quando você assinou com a MTV, tinha acabado de estrear em novelas. O que o fez optar pela carreira de apresentador e humorista na emissora jovem?
Acho que aqui eu tenho mais liberdade mexendo com o humor. Se estivesse em novelas, não sei que tipo de papel as pessoas iam querer me dar. Um cara do campo? Um caubói? Aqui tenho mais chances de fazer as coisas que acho mais legais. Fora que trabalho com uma galera respeitada nesse meio, como o Marcelo Adnet, a Dani Calabresa e a galera do “Quinta Categoria”, por exemplo.
Você acha que se sentiria apenas mais um fazendo novelas?
Tem esse lado também. Achei que poderia render mais por aqui, na MTV. Mas foi uma aposta, eu não sabia se ia vingar. Aliás, nem eu e nem eles. Começamos o “Furo MTV” com 15 minutos de duração, vendo se emplacava. O que me motivou foi a possibilidade de fazer algo que tivesse mais a ver comigo. Não quer dizer que eu nunca mais faça uma novela, mas agora estou feliz assim. Em novelas, talvez eu ficasse pingado em milhares de papeizinhos, participações, essas coisas. Sinto falta de atuar e fazer outras coisas, mas posso buscar projetos próprios. Acho que esse é o melhor caminho.
Já tem algum em vista?
Já, mas não necessariamente como ator. De repente roteirizando, dirigindo, não sei. Filmei um curta com o Gregório Duvivier e com a Erika Mader. Quero rodar um longa no final do ano, um roteiro que é meu. É uma coisa mais “tarantinesca”. Gosto desse tom cômico e violento. E de terror também. Mas tem que saber na mão de quem colocar. A gente vê que os filmes nacionais não têm gênero. Não é drama, comédia, terror, nada, é nacional. Eu conto nos dedos os filmes brasileiros que acho bons. E o que busco é diferente disso.
Fonte: Folha de Pernambuco
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